A maioria das empresas no Brasil, neste momento, quer entender como podem manter-se em desenvolvimento e, se possível, crescendo, contrariando um cenário conturbado e pessimista. Notícias tomam conta das mídias e recordes de resultados negativos apontam para um temeroso segundo semestre, e começo de 2016 já comprometido por uma instabilidade econômica. Mas, vamos olhar diferente para a mesma coisa e analisar o efeito negativo que tantas informações e, principalmente, crenças podem gerar em um ambiente corporativo.
Será que o melhor é reforçar que há crise?
Costumamos falar sobre o que cremos ser verdade, e os argumentos para levarem nossas ideias adiante surgem abundantemente. Temos crenças e agimos com base nelas. Ao acreditar que: “Se quer algo bem feito, faça você mesmo”, delegar tarefas pode ser algo muito mais difícil. Só como exemplo, pense em como um gerente vai conseguir desenvolver sua equipe se tiver este pensamento sobre o desempenho dos colaboradores. A consequência será talvez, se deparar com ações limitantes, e em resultados comprometidos pela resistência em confiar nas pessoas.
Pensar que está difícil, que está complicado, que nada é bem feito, que ninguém liga para nada e outras “crenças” é como uma “força contrária”, puxando nossos esforços para o lado oposto ao que queríamos. Imagine então, o efeito de um país inteiro falando (e acreditando) que este é o pior ano e que, por isso, será muito mais difícil vender, por exemplo. Bom, não é isso que dizem os números? Sim, pode ser, sim, mas não nos exime de nossa responsabilidade em pensar e agir diferente para que as coisas mudem.
O que isso tem a ver com as empresas?
O pessimismo em épocas de crise nos fazem perder oportunidades. Acredite. Discuta a crise, discuta problemas, mas não leve isso para dentro da sua empresa em forma de crença. Isso irá prejudicar, em algum momento, a equipe e os resultados. Crer que as coisas estão ruins é só o primeiro passo para agir nesta direção. Já ouviu algo similar às frases abaixo?
Os próximos planos para vendas? “Melhor ir devagar, estamos em crise.”
As metas podem ser batidas? “Ah, do jeito que está, vai ser impossível.”
Como vamos fazer para lançar um novo produto? “Esse não é o momento de lançar nada.”
Que atire a primeira pedra quem não tem ouvido repreensões ao tentar promover alguma mudança ou ação nos últimos três meses, pelo menos. Estamos nos tornando reféns de uma insegurança e uma crença limitante. A nossa confiança está sendo bombardeada e sob os escombros, ninguém consegue reagir. E não queremos dizer que nada está acontecendo, que nenhum problema acontece. A questão é que falar sobre problemas sem conduzir as pessoas para possíveis soluções é altamente improdutivo. Nem todos possuem a habilidade de visualizar saídas por si mesmas (e isso é muito natural), assim como nem todos são líderes, ou bom vendedores. Se a questão é gerir pessoas, deve haver a estratégia de mantê-las olhando para frente apesar de qualquer coisa. Ir adiante, pensar que conseguiremos os objetivos, e tudo depende da nossa forma de agir a partir de nossas crenças. A ideia é chamar as pessoas a entenderem que todos somos responsáveis por uma reação positiva nos momentos bons e também nos ruins.
Ideias novas para se promover mudança
Nada é estático. Temos mentes dinâmicas, e tudo de alguma forma muda se mudamos nossa forma de pensar. Tudo envolve a forma como encaramos as coisas. Que tal algumas ideias para você e para usar com as equipes?
– Arriscar parece assustador – faça planejamentos antes de agir. Desta forma, não será mais um risco tão grande e tudo continuará fluindo e evoluindo. Parar não é a solução, mesmo porque em um cenário de crise, nem tudo é um problema;
– Abrir a mente – pensar em soluções e já vir cheio de “poréns” e os “nãos” não adianta em nada. Proponha perguntas que expandam os pensamentos para além do óbvio. E vão anotando as ideias que surgirem. Elas podem ser o começo de um caminho, de uma saída ou de uma inovação;
– Pensar em oportunidades – ouça clientes e colaboradores com frequência para contribuírem com suas necessidades e opiniões. Diante de uma reclamação, por exemplo, é possível entender do que um cliente precisa e se identificado ser algo necessário, basta usar a informação para gerar mais fidelização ou novas vendas;
– Errar é válido – os erros sempre são considerados os vilões das grandes iniciativas. Os resultados de qualquer ação não são exatamente um problema; são um resultado. Para mudá-lo numa próxima vez, é preciso alterar a forma de fazer. Pensar assim nos convoca a tentar novamente e jamais acreditar que estamos errados em prosseguir;
– Aceitar bem mudanças – em algum momento da vida, teremos que passar por mudanças, claro. Porém algumas pessoas têm mais resistência que outras a eventos que causem alteração no modo de trabalho, no modo de pensar e principalmente, no modo de agir. Se sua empresa quer se mover para o futuro, ela vai passar por mudanças, invariavelmente, e a própria cultura da inovação traz à tona a mudança. Treine as pessoas para lidarem com estas possibilidades.
Claro que a crise pode existir, mas nos momentos mais tensos e de maior instabilidade todo gestor deve investir tempo em fazer os colaboradores entenderem e fazerem o que for a “cara” da empresa, transmitindo tudo aquilo que o cliente precisa sentir e acreditar para consumir. E estas pessoas, agindo assim, conseguirão administrar melhor as situações desafiadoras com soluções que maximizem os resultados e a satisfação do consumidor. Isso é ação estratégica e voltada a resultados. Invista neste caminho.