Estamos vivendo um dos panoramas mais críticos na economia brasileira dos últimos anos. Nunca se viu tanto pessimismo, tantos maus resultados, tendências negativas. O sentimento é de instabilidade e de reservas, que nos faz parar para observar ao invés de assumir novos projetos, compromissos e mudanças. Há razões, com certeza, para tanto receio. O consumidor hesitará mais para gastar, principalmente em parcelamentos de longo prazo, ou algo que não seja tão necessário para o momento, iniciando uma contenção de gastos que retrai o mercado de maneira geral.
Diante deste cenário, qual empresa não estaria fazendo um levantamento de quais aspectos do negócio podem ser prejudicados? Por empresa, leia-se os diretores, os investidores, os gestores, os colaboradores. E por sermos humanos, oscilantes em nossas crenças, transportamos para nosso comportamento o que sentimos, pensamos, acreditamos. Bom, se estamos inseguros com a situação da economia, tendemos a demonstrar, falar a respeito, pensando muito sobre problemas, negativismo, recuos financeiros e perdas. Tudo que não queremos nem podemos ter por perto, e muito menos, influenciando o ambiente corporativo.
As previsões, elas vão se concretizar?
E então, o volume de vendas cai significativamente. O número de consumidores interessados diminui. Os colaboradores já começam a comentar: “Viu? Não falei que iria afetar aqui?”. Sobre isso, é importante refletir. Muitos consumidores podem deixar de procurar sua empresa por estarem insatisfeitos, por não sentirem que são importantes, ou por acharem algo melhor na concorrência. Enquanto pensamos que a tal crise é a culpada por tudo, podemos deixar de melhorar e de oferecer um atendimento com excelência ao cliente.
É, às vezes não percebemos, mas quando perdemos a capacidade de ter esperança em algo, há uma mudança drástica de discurso e de atitudes em nós. Reclamamos mais, fazemos comentários inflamados a quem pensa diferente, mais resignação ao invés de ação, mais conformismo e menos ideias. Se estivermos em uma empresa, os efeitos podem ser danosos e “contaminar” as pessoas da equipe. Crença é algo que nos delineia, e acabamos correspondendo 100% a ela em ações, inclusive. Por isso, é tão importante entender o contexto dos números ditos pela mídia, entender o que influencia, como funciona, o que acontece de verdade, para que ninguém consiga nos influenciar e para que possamos compreender a importância de nosso papel para transformar problemas em oportunidades.
Sim, ter acesso a informações e conhecimento é extremamente necessário e saudável! Neste momento, o cliente precisa ser entendido, para se saber o que o faz voltar para comprar, o que o faria comprar mais, o que o faria recomendar o produto, serviço, marca, etc.. Com estas informações, consegue-se nortear novas ideias, recriar ações que fizeram sucesso no passado e transformar a atmosfera de marasmo e pessimismo em algo cheio de possibilidades e conquistas. Sejamos realistas: isso não é utopia.
Como fazer a parte que nos cabe para melhorar?
Como cidadãos, a primeira coisa é se policiar para não cair em tentação de só pensar que tudo está indo mal e dando errado no mundo. Menos drama, menos “mimimi”. Pés no chão, nessa hora, são muito bem-vindos. Respire fundo, pense. Analise se pode contribuir para melhorar o que está próximo de você, e no seu dia-a-dia. E se mesmo assim, tudo em volta parecer melhor na vida dos outros, evite comparações. Conselho básico: temos sempre a impressão de que o nosso “colega” é mais feliz que a gente. Ledo engano e pura invenção derivada de mídias sociais abastadas de fotos felizes, “likes” e corações pulsantes. A partir disso, não compare e pense somente na sua situação. Só esta forma nova de parar para repensar atitudes já estará contribuindo para você e pessoas ao redor encararem a fase de crise de forma mais positiva.
Como empresa, recomenda-se ouvir seu consumidor e seus colaboradores com regularidade e afinco. Quanto mais proximidade houver, e mais relacionamento, mais novos negócios poderão surgir e menor a chance de perder para a concorrência.
Colaboradores têm ótimas informações para partilhar. Acredite nisso e aposte em colocá-los para contar suas experiências, ideias, e o que ouvem na linha de frente do atendimento. E sobre clientes, alguém haveria de duvidar que eles preferem as empresas que resolvem seus problemas? E como resolver um problema sem conhecê-lo? Entreviste seu consumidor potencial, procure entender o que ele procura, o que ele quer; a partir disso, crie soluções. No pós-vendas, gere confiança e credibilidade para sua empresa. Preste a devida assistência aos clientes, interesse-se por ajudá-los a utilizar melhor o produto (muita gente reclama do que não entende e não sabe usar), ou a notar melhor o benefício do serviço prestado (valor agregado). Pequenos gestos poderão significar vendas adicionais, retorno para novas compras e indicação gratuita para amigos.
Percebe-se que a maior parte dos problemas começa quando paramos de agir, de acreditar e sentamos para lamentar. Acreditar não necessariamente se refere a fé religiosa ou acreditar furtivamente em algo vazio, não real. Acreditar move e transforma pensamento, vontade e potencial em ação. O que está acontecendo é remediável, independente de qualquer coisa. E não somos vítimas incondicionais dos problemas. Temos certa parcela de contribuição, se não fizermos nada nem quisermos agir para minimizar as consequências. Se tivermos lucidez e atitude, a crise passa mais branda, os negócios não param e todos se beneficiam. E aí, qual será sua postura?
Sucesso, e que seja agora!